Por Clarice Lispector

Gosto dos venenos mais lentos!
Das bebidas mais fortes!
Das drogas mais poderosas!
Das idéias mais insanas
Dos pensamentos mais complexos
Dos sentimentos mais fortes.
Dos cafés mais amargos!
Tenho um apetite voraz.
E os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar
de um penhasco que eu vou dizer:
E daí?
Eu adoro voar!"

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A arte de envelhecer

A vida é constante fase,
Transição de matérias,
Despojamento de papéis.

São ciclos alternados
De destruição e regeneração.
É passagem de tempo,
Esquecimento.

A magia se esconde
Por trás de cada célula,
Do metabolismo desacelerado
Pela degeneração.

As fibras da história
Esgarçam-se.
O 0ntem se torna
Cada vez mais longinquo.

A invunerabilidade
Escorre pelos ralos do tempo,
A fragilidade se apossa.

Perde-se paulatinamente
A virilidade,vigor
Que outrora era pleno.

Viva o desfazer dos laços
Da perdida juventude.
Abramos os braços
A arte do envelhecer.

VeMem

Inútil busca intinerante
Por uma verdade latente,
Inexistente ao real.

O mundo é repleto de percepções,
Verdades pessoais e divergentes,
Impossiveis na unanimidade.

A verdade é gêmea da mentira,
ambas deusas
Emersas no caldeirão
Fulgorante do idealismo.

Nada existe...
O universo é uma grande trama cósmica
Que impõe a percepção
De um falso real.

Tudo é percepção!
A verdade é inútil,
Mera questão de análise
De um quesito ou momento.

Ciência?
Religião?
Façam suas apostas...

Senhor

Não era esperado,
Muito menos imaginado.
Foi furtivo,
Avassalador demais
Para não ferir.

Vestiu-se do véu de fortaleza,
enfrentando a fraqueza,
A incapacidade.

Repentinamente
O mundo não era mais o mesmo.
Absteve-se da liberdade
Em prol dde outrem.

O coração generoso
Foi ludibriado,
Rejeitado e rebaixado.
Usurpado dos talentos
Pelo interesse alheio.

As lágrimas merecem
Ser suprimidas,
Contidas a qualquer custo.
Elas rolaram uma unica vez....
Compulsivamente.

Foi caráter,
Amigo,
Rei.
Indubitavelmente meu herói.