A distancia me assusta,
As longas retas nas estradas
Produzem a angustia única
Da separação que anseia em ser rompida.
As luzes da cidade à noite
Trazem-me a saudade daqueles
Que por algum infortúnio
Partiram para sempre ou apenas para longe.
Nem que o longe seja
Um outro caminho
Dentro de uma mesma rede de escolhas.
Ao recostar a cabeça no travesseiro
A solidão abate.
Não ter as calorosas palavras
De consolo, de sacanagem;
Os efusivos e sinceros abraços
Torna-me tão frágil e tão vulnerável.
É também na cama
Que recordo os corpos
Que um dia se fundiram ao meu;
Das caricias ardentes que provei;
Dos beijos mais insanos.
Há, pois, o vazio dos teus braços,
Refugio único e eterno,
Que me protege,
Traz paz, conforto e consolo.
O deprimente de tudo
É a cruel certeza
De que no fim de um túnel
Haverá uma bifurcação
Que levará para longe do meu lado,
Aqueles com que minha vida fez mais sentido.