O amor é eterno,
Em sua efemeridade.
Passa como a brisa vespertina,
E fere deixando a mais profunda das cicatrizes.
O amor é diáfano;
Longe do alcance do palpável;
Pertencente ao reino do imaterial.
-Seria então o amor uma farsa,
Quizá uma doce ilusão?
Os velhos,
Os sábios ao longo dos tempos
Alertam em seu tom praguejante:
-O amor é dor!
Vais sofrer por toda eternidade por causa de seu amor!
A dor passa,
O amor permanece,
Cresce e fica...
Fica transfigurado pelas forças do destino,
Da rotina.
Tolice!
A mais completa das tolices humanas!
A dor permanece.
Por ser humana,carnal;
Real e material.
Quando não permanece em essência
É sua lembrança que açoita a todo instante.
A dor não se submete as vicissitudes do tempo;
Não se abala mediante a sorrisos,
Ou lagrimas.
Não é Deus,
Mas dispõe-se de sua onisciência e onipotência.
O amor é como o vento;
Como a fumaça de um cachimbo...
Esmorece e desaparece
Ao menor sinal
Do tremor precursor da dor.
Ainda assim
Muitos acreditarão na eternidade no amor;
Julgarão estes versos como hereges,
Insanos e amargurados;
Novamente serão tolos!
O que sentirão arder no peito
Por toda vida
Não é o amor,
É apenas a dor que restou de seus destroços,
[não necessariamente desagradável.
-O amor é efêmero...a dor é eterna.