Eu vejo o imoral,
Considero-o ilegal,
Uma vez que a verdade
É que ele é o que há de mais natural.
Há infinitos dualismos,
Para muito alem do sim e do não;
Do que pode ser julgado como bem ou mal.
É o não querer intrínseco a um querer forte demais.
Acabo por ser subjugada,
O querer toma a dianteira,
Mediado pelo impulso e
Pelo desejo que inutilmente tento encobrir.
Luto contra meu orgulho,
Que outrora ferido,
Tenta se restabelecer,
Mas é submetido ao arrebatamento da vontade.
O juízo grita ensandecidamente,
Alerta do perigo,
Dos riscos iminentes
Das explicações a serem arguidas.
O juízo faz o prelúdio
Da merda que virá.
Eu vejo a merda se aproximar,
Mas não resisto,
Há uma força que me impele a sua direção.
Cada vez mais eu vejo
A merda vindo me buscar,
E eu corro loucamente para ela.