Meu negro anjo,
Por que desceste tão baixo?
Mergulhaste em um abismo,
Que não fazes idéia de quão profundo é.
Terás que conviver com os monstros,
Que diariamente me ponho a gladiar.
És tão sensível,
Tão diáfano,
Que temo que vás esmaecer e desaparecer
Com os tornados terrenos.
Meu anjo dos olhos cândidos,
Que se configuram tristes,
Numa tristeza orgânica e
Inexplicavelmente inspiradora.
Em teu mergulho
Tuas asas foram despedaçadas e,
Ponho-me,então,a recolher os destroços,
Recompondo-as com a mais terna paciência.
A vigília lancina-te,
Corrói cada centímetro de tua esperança e,
Peço-te,apenas,que aninhe-se em meu peito,
Entregando-te a meu aconchego e proteção.
És guerreiro,guardião,
Mas deixe que eu te guarde,
Acalente-te no seio de meu amor.