Fazia tempo, então.
A ferida estava fechada
E os olhos já não molhados.
Houve o tempo mais introspectivo,
Mais provedor de espírito e,
Mais reflexivo.
As lembranças de outrora vinham,
Mas voltavam como a onda no rochedo,
Sem nenhum abalo.
O coração já não batia tão forte,
As pernas já não se punham bambas e
Os pelo não se ouriçavam mediante o calor do arrepio.
-Seria isso, portanto, a realidade?
A frieza, ou talvez a apatia,
Haviam lhe abatido?
Perecia de saudade,
Mas nada que fosse tão maçante,
A ponto da lividez lacrimal.
O toque,
A carícia ingênua,
O afetuoso beijo no pescoço,
Seria o fuzilamento
De certezas e firmezas.
Então se treme,
Chora-se,
Lembra-se de fatos
Que ontem se julgavam
Como pertencentes ao reino do passado,
E que por lá haviam se enterrado.
-Por que ressuscitar, então?
Não digo reviver,
Pois, deveras, se configura como inviável,
Contudo, meramente recordar
Torna-se trucidante.
É de tamanha humilhação,
Que se torna preferível
Lutar para encobrir
O que jamais deverias ter descoberto.
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