Gosto da beleza das flores,
Dos odores mais diversos por elas exalados,
Da inocência única de suas pétalas,
Do frescor que o vento traz
Quando as carrega.
Receio por suas vidas,
Tão breves, leves e frágeis,
Susceptíveis a qualquer abalo,
Qualquer toque mais brusco.
Ingênuos, ainda, são os espinhos...
Podem espetar e furar,
Por vezes até fazer sangrar,
Sem jamais, deveras,
Macular ou ferir alguém.
Um dia elas se abrem,
Resplandecem seu viço,
Deleitam os olhos
E as lentes das câmeras fotográficas.
São o fast food dos insetos,
Concedem o essencial néctar as abelhas,
Nutrindo seus filhos e irmãos;
Peças chaves para a polinização.
São recolhidas de seu recanto
Para se ocuparem do embelezamento de recintos,
Para repousarem nas doces mãos
De uma ansiosa noiva,
Ou nos braços enfeitados de mães e namoradas.
Acabam por esquecidas,
Relegadas a algum vaso d’agua,
Criadouro de mosquitos,
Sem sua seiva necessária a vida,
Resta-lhes dormir para sempre
Com seu viço murcho,
Que um dia a muitos encantou.
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