Por mais que se tente,
Não sei o que estou fazendo aqui,
Não consigo visualizar as causas disto,
Nem reconhecer os enlaces do destino
Que resultaram nisto.
Parece que tudo se perdeu;
Tudo que possuía algum valor
Apresenta-se como inútil e falso.
É como se estivesse
Mergulhado em um furacão,
Na turbulência de um turbilhão
De expectativas e idéias inovadoras
Que emergem como filhotes de coelhos.
É pena que tão rápido
Tornem-se vãs e descartáveis;
Desprezadas ao acabarem de nascer,
Sem a mais tênue possibilidade
De fazerem-se vingar.
De explosões e supernovas
Configuravam os dias;
Constante ciclo de destruição e reconstrução,
Onde a cada dia era necessário
Construir esse dia e o que ontem se destruiu.
Sei que peguei o caminho errado;
Entrei diversas vezes na contramão da vida,
Colidi com braços que me ninaram,
Acalentaram-me;
Foram meu alento e minha desgraça.
Se um dia andei depressa,
Foi por não haver o que interessasse,
Mas hoje a solidão
Faze-me andar com a cautela
Dos que andam só.
Por mais que se tente,
Nada explica o aqui e o agora:
Um eu sem um você
Que bate na porta sem ser atendido.
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