Por Clarice Lispector

Gosto dos venenos mais lentos!
Das bebidas mais fortes!
Das drogas mais poderosas!
Das idéias mais insanas
Dos pensamentos mais complexos
Dos sentimentos mais fortes.
Dos cafés mais amargos!
Tenho um apetite voraz.
E os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar
de um penhasco que eu vou dizer:
E daí?
Eu adoro voar!"

sábado, 5 de junho de 2010

NÃO HÁ COMO ENTENDER

É mais que a lástima
Que ao seio lhe palpita,
Pelo bem querer inconformado
Em ser obrigado a mal querer.

É o anseio que morre ao primeiro suspiro,
Renascendo e morrendo
Em ciclo constante,
Que converge nas dolorosas ilusões.

Quando vestidas dos suspiros
E das promessas de amor eterno,
Tornam-se ternas até as mais doentias ilusões.

Quando amigas do desencanto,
Há apenas o caminho único,
Reto e irremediável das lágrimas.

Que não seja compreendido
Como o lamento desesperado
Pela perda de um alguém para toda vida,
E sim como uma canção saudosa e lacrimal
À momentos inestimáveis que jamais se repetirão.

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