Ela não é mulher
De meias palavras.
Não é daquelas que dão voltas
Para apenas chegar ao mesmo lugar.
Ela desde sempre foi a mais direta;
Indecisa em suas mil indecisões,
Perdida nas suas confusões,
Sem jamais deixar de saber o que quer.
(mas é possível que também não o saiba)
Sempre a meiguice e a ternura
Estampou-lhe a face,
Reproduzindo em seu sorriso
A energia apaixonante que a move.
De seus olhos irradia a luz,
Que a todos contagia,
Sem como e porquê.
Ela reluz por si só, e não há explicações.
Ele, também, nunca foi
O homem de deixar a vida
Dar-lhe adeus da janela do trem do destino,
Enquanto se encontrava prostrado em sua estação.
Mas era, por sua vez,
O rei das evasivas;
Aparentemente indeciso,
Enquanto suas decisões maquinalmente eram edificadas.
Senhor das máscaras,
Fantasias e personagens inúteis
Aos olhos de quem lhe percebe a essência;
Refúgio contra a exposição do coração.
Ora doce, ora completa amarguez ;
Com a espada que promovia prazer,
Dilacerava o coração,
Sem perceber sua própria laceração.
E as intempéries do destino,
Abraça e carrega vidas
Para confins desconhecidos,
Onde elas se perdem, riem e choram.
Tais confins figuram algo denominado amor.
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