Às portas dos dezoito
Não podes mais ser quem eras outrora;
Deves ser algo novo,
Teoricamente dotado de maturação prévia.
Às portas dos dezoito
Os hábitos infantis necessitam ser refutados;
Nem tudo o que vem a cabeça
Deve ser expressado;
Tuas alegações (absurdas ou não)
Não são mais relevadas.
Às portas dos dezoito
Asas estão sendo criadas,
Para tão logo alçarem vôo à liberdade, a independência,
Que nem sempre se concretizam,
Mas de forma ou outra estão sendo construídas.
Às portas dos dezoitos
Não cabem mais as indecisões,
O mundo chama-te,
Exige de ti uma resposta,
Uma postura o menos ambígua possível,
Mesmo que seja justamente este o momento
Em que todas as dúvidas resolvem aflorar.
Não és mais uma menina.
Mais que isso,
Não podes ser mais uma menina.
Tudo a teu redor clama
Para que te transformes em mulher.
Então te desespera por
Ter de ser mulher e não sabê-lo,
Por ser impossível deixar a menina.
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