Houve dias
Que dormi sem te-la,
Acordei contemplando sua ausência
Na esperança de que voltasse.
Houve, também, outros dias,
Em que nada esperei,
Rompendo em lágrimas
Por deparar-me com algo inevitável demais
Para não me dilacerar.
Aparentemente estes dias se foram,
Voaram para o infinito,
Onde todos os dias tornam-se
Apenas recordações.
Que ingênuo engano!
Aqueles dias se foram,
Mas outros nascem continuamente.
Transpõem-se os anos,
Continuando por anos a fio
O interminável fuso da melancolia.
Os dias sem ela nunca serão findos.
Até a eternidade há, ainda, muitos dias a transpor,
E enquanto esta não chega,
Cabe-me contentar
Com o vazio dos meus dias.
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