Há quem diga que o homem é composto de duas forças indissociáveis, porém opostas, a razão e a emoção. No entanto, pode-se ir além. Homens – máquinas – desejantes seria mais apropriado. Atire a primeira pedra quem nunca desejou e se debruçou sobre este desejo na busca pela felicidade.
Um filósofo do século XIX disse um dia, que o homem entrega sua vida a saciação de desejos. Tal saciação está envolvida em um intrincado ciclo vicioso, no qual a felicidade é sinônima de saciação. Tal saciação acontece de maneira tão fugaz, que o saldo de toda a empreitada desejante é o vazio.
Homem – máquina – desejante é a expressão da busca pela felicidade. Vai se apresentar como o esforço contínuo do homem em desejar, buscar a satisfação deste desejo, satisfazer tal desejo, obtendo, portanto, a felicidade e retornar a desejar para que o vazio não se faça perceptível. Exatamente uma máquina a produzir desejos em série.
Com isto cabe a reflexão acerca da durabilidade e da qualidade da felicidade. Será que é tão fugaz? Será que é possível obte-la de modo permanente e verdadeiro? Na busca pelas respostas a tais perguntas o homem recorre ao dinheiro, ao sexo, aos jogos, aos vícios, a religião.
Ao fim de tudo o homem percebe que sua felicidade é tão clandestina. Ela consiste no simples fato de desejar. Antes da realização do próprio desejo ele já está feliz, pois a graça do jogo da vida está nos meios, na busca pelo que se chama felicidade.
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