Há sujeitos que passam pelo palco da vida como uma brisa fria, que estremece a espinha mas é, rapidamente, esquecida com o calor do aconchego de quem se ama.Há ainda outros tantos sujeitos que passam como um furacão, não em termos de destruição, mas em termos de intensidade e abrasão.
Uma amizade pode ser um furacão ou uma brisa fria. Pode também ser um ferro em brasa, do tipo dos que marcam o gado para toda vida, ou um ferro de passar que promove leve queimadura.
O acaso não é muito crível, mas são inegáveis as sublimes e sutis transformações que ele promove. A brisa fria pode se tornar um furacão com as propícias condições atmosféricas. Uma queimadura a ferro de passar, se bem feita, pode deixar marcas por toda a vida.
Mas o que seria por toda a vida? A vida é efêmera como um suspiro e longa como uma interminável cãibra. A eternidade pode ser um instante. A brisa fria ou o furacão podem passar, mas dificilmente a sensação que eles causaram será completamente esquecida.
O carinho, o abraço, as palavras de afeto e apoio, os mais belos e também os mais tristes olhares de um amigo sobrevivem nos lugares em que muitas coisas como dinheiro, poder e vaidade não sobrevivem.
Pode ser que os amigos se separem. Nada mais natural. Faz parte do curso normal da vida. Os indivíduos na busca por si próprios deixam família e amigos, que dificilmente serão esquecidos, mesmo sem a constância da presença.
É até clichê dizer que no futuro os filhos destes indivíduos olharão para o baú de recordações de seus pais, e verão as lembranças daquele bando de sujeitos loucos. Aqueles sujeitos loucos eram, e porque não ainda são, os maiores amigos que um indivíduo pode ter. Estes sujeitos loucos gozando de sua liberdade foram fundamentais para o indivíduo de hoje.
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