Um dia há muitas primaveras,
Antes das flores penderem de seus galhos e,
Os passarinhos voarem de seus ninhos
Fez-se o silêncio.
Antes de tudo isso,
Uma rosada senhora
Concedeu-me a melhor aula da minha vida:
As inconstâncias do individuo e
Sua vivencia plena.
A efemeridade da existência
Relega ao esquecimento
Sutis manifestações do real objetivo da vida:
O abraço entre amigos,
O dialogo entre pais e filhos,
O nascimento de uma rosa.
O homem do século XXI,
Emerso em sua obsessiva intelectualização,
É atarefado em demasia para
Entender a dádiva que é sua vida.
Perde tanto tempo
Buscando compulsivamente enriquecer e,
Quando seu mundo desaba
Digna-se a compreender que
Menosprezou as singelas demonstrações que
A vida lhe concedeu [e concede] diariamente,
Dando sentido a tudo.
Esta mesma senhora ensinou-me
A saber quando falar e
Quando calar.
Por mais que a fúria
Embebe seu ser em cólera.
O ódio pode ser forte motor,
Mas é impreciso, ineficiente e falho demais,
Para ser o mais próximo de
Um sentimento tão soberano e preciso,
Como o amor.
Para matar o amor
A arma mais forte é o desprezo,
Que congela tudo que é pulsante.
Então veio o silêncio,
Cedo demais para que fosse possível
A assimilação de tudo que
Aquela velha senhora me ensinou.
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