Não sei quem sou,
Nem ao menos de que sou feita.
Apenas sei que meu coração é mais um
A bater no mundo.
Posso falar que sou 100% emoção,
Mas como saber?
É estonteante alegria,
É voluptuosa paixão,
Lacrimosa tristeza.
Tenho mil e um sorrisos
Prontos a quem requisitar,
Ou simplesmente se aproximar.
Também tenho mil e uma lagrimas,
Derramadas no silencio,
Na mais profunda solidão.
Sinto o brilho,
As pessoas vêem esse brilho.
[Alguém pode me explicar sua origem?
Deve ser esse brilho que torna tudo diferente:
A visão de mundo,
O sentir,
O amar.
Vejo as metamorfoses,
As viradas do caleidoscópio,
Vejo-me numa dualidade sem fim.
Do gozo extremo de felicidade,
Ao mais fundo dos abismos da depressão;
Da manhã de sol tímido e nascente,
A tempestade de raios trucidantes;
Da ingênua brisa
Ao perverso furação.
São muitas as metades,
Subunidades distintas e divergentes
De um todo fragmentado.
Em uma metade há o silencio,
Na outra os gritos.
É então que eu grito...
Grito para mim mesma;
Grito sem ninguém ouvir,
Grito sem palavra alguma.
É então que me ponho a escrever,
São tantas as inquietações,
Tantos gritos não ouvidos,
Que a minha única esperança
É o consolo de versos em um papel.
Até que um anjo cabeludo,
Um duende narigudo,
Ou um ET cabeçudo
Apareça e me responda,
Continuarei sendo um mistério a mim mesma.
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