Flor desnuda
Que pende das epífitas
E cai na relva
Dos sonhos desencantados,
Despertando do sono eterno
Os amantes indecentes de outubro.
Febrilmente os amantes
Entregaram-se a um fogo
Sem propulsão cabal,
Trucidando o pudor de outrem.
Na relva banhada
Pelo frio orvalho de julho,
Germinou a pimenta do desejo.
Então,em outubro,
A pimenteira já era imensa.
De tão vermelha
Equivalia a uma fogueira.
A rubra pimenteira
Escorreu até um leito de tesão,
Ardendo como o fogo do
Juízo Final.
Consumiram-se como drogas,
Avistando o abismo da perfeição.
Cega virilidade
Que desponta abaixo da
Linha do Equador,
Induzindo a derrocada de inocência.
Cândida inocência
Partiu sem deixar lembrança,
Numa dicotomia infindável
Que leva a perversão.
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