Para cada estação
Há uma parada.
Se não houvesse
Os ciclos não se concluiriam.
A vida corre pelas janelas da alma,
Passa a nossos olhos
Invisível ou sensível ao tato.
Passamos, pois,
Por diversas paisagens,
Estradas e trilhas;
A bordo dos veículos
Que o destino nos concede,
Quase sempre com a desesperadora
Pressa dos que andam com a angustia.
Então aparecem as estações,
E com elas o alívio
De descer do veículo que nos transporta
E respirar sem pressa,
Sem medo nem dor.
Deixamos de lado,
A cada parada,
Os pesos que nos fazem doer as costas,
Que fazem da vida uma empreitada maçante.
As paradas são como
Pontos finais de uma oração;
Encerram um pensamento,
Sem, no entanto, encerrar uma idéia maior.
Para Cristo as doze estações
Trouxeram-lhe a morte;
Não foram alivio dos tormentos,
Foram a consolidação dos mesmos.
De tortura e dor
São as estações da minha vida.
Sempre que nas paradas do trem do meu destino,
Eu não findo um ciclo;
Ponho-me a te buscar,
Mesmo sabendo que não vais voltar.
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