Um velho filósofo
Um dia escreveu:
“Eu fiz isso, diz minha memória.
Eu não posso ter feito isso, diz meu orgulho.”
Sinceramente nunca possui
Um coração dotado da compulsão do orgulho;
O que por vezes
Levou-me as mais profundas humilhações.
O orgulho nunca foi algo
Que eu julgasse como imprescindível à existência,
Poderia, simplesmente, passar sem ele.
Bem, um dia tu apareceste...
Não venho aqui com o intuito de te definir,
Pois por vezes já tentei fazê-lo, em vão.
Tu tinhas um orgulho supra-estimável;
Toda tua vida orbitava
Em função dos princípios rígidos em essência
Decorrentes deste orgulho ferrenho.
Também seria hipócrita ao mencionar
Que o mesmo se findou.
Seria belo demais para a realidade,
Mas não seria eufemismo
Se afirmasse que se abrandou.
Foste tu que me apresentaste o orgulho,
O valor do mesmo.
O certo não seria apresentar,
Mas ensinar a desenterrá-lo,
Nomeá-lo devidamente.
Estavas correto,
Descobrir um oculto orgulho
Ajudou-me na autopreservação.
Em contraponto
Tornei-me refém deste orgulho,
Uma vez que não suporto
Recordar alguns dos melhores momentos da minha,
E ter de rejeitá-los por ferirem meu orgulho.
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