Por Clarice Lispector

Gosto dos venenos mais lentos!
Das bebidas mais fortes!
Das drogas mais poderosas!
Das idéias mais insanas
Dos pensamentos mais complexos
Dos sentimentos mais fortes.
Dos cafés mais amargos!
Tenho um apetite voraz.
E os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar
de um penhasco que eu vou dizer:
E daí?
Eu adoro voar!"

quinta-feira, 10 de março de 2011

Esquecimento

Eu acreditava que existia o para sempre,
Mas aos poucos fui percebendo
Que apenas algumas coisas são para sempre...

Acreditava que família, amor, esquecimento
Fossem infinitos, imortais.

Mas família é composta de indivíduos
Complexos, distintos e mortais.
Divergências e falecimentos
Fadam a limitação de um para sempre que não existe.

O amor...ainda não adquiri provas suficientes,
Para afirmar que não é para sempre,
Mas acredito que quando morremos,
Isso se a morte for um final e não um portal,
Todo o amor que sentimos por tudo e todos
Está fadado ao desaparecimento.

O esquecimento era o único componente deste triunvirato
Que parecia ser para sempre,
Mas hoje tenho minhas dúvidas...

Jurava que o esquecimento não possuía
Uma espécie de prazo de validade,
Que fosse eterno.

Uma completa escuridão
No qual as lembranças se perderam.
No entanto, vejo que nesta escuridão há uma luz,
Uma porta que leva a um lugar no qual
Estão as lembranças esquecidas que estão sendo lembradas.

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