Por Clarice Lispector

Gosto dos venenos mais lentos!
Das bebidas mais fortes!
Das drogas mais poderosas!
Das idéias mais insanas
Dos pensamentos mais complexos
Dos sentimentos mais fortes.
Dos cafés mais amargos!
Tenho um apetite voraz.
E os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar
de um penhasco que eu vou dizer:
E daí?
Eu adoro voar!"

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Arte Milenar

Arte milenar;
Tão antiga quanto a vida,
Amplamente difundida entre os mortais,
Sem o disparate de acepções.

Como majestosa arte,
É sutil,
Sem,jamais, abandonar a fúria,
Já que a fúria emana de todos os poros,
E inunda, arrebata...

É de voraz simplicidade,
E singela complexidade.
Não exige muito,
Beneficiando em demasia,
O corpo, a alma, o ego.

Os tempos a enriquece,
Engrandece seus desígnios.
No inicio era a sobrevivência,
Com o girar do caleidoscópio das Eras
É também fonte de prazer.

O velho livro indiano
Concedeu o caminho
Da multiplicação dos prazeres,
Com as técnicas das Arábias,
Resistentes e vitoriosas ao longo dos séculos.

Já foi rainha,
Ponto chave de rituais de sociedades secretas.
Já foi denominada como arte que dá a vida,
Hoje foi destronada,
Perdendo sua majestade,
É puramente banal.

Como diria o Poeta
O prazer que ela traz agora
Traz também o risco de vida.
Faze-se necessária a utilização
De atributos protetores e incômodos.

É fato que jamais será uma arte morta,
Mas que não seja uma rainha destronada,
Destinada a vagar pelas sarjetas da vida
Banhada apenas pela euforia alcoólica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário